dezembro 17, 2009

O bom e velho Bu!


uma palavrinha sobre os fazedores de poemas rápidos e modernos

é muito fácil parecer moderno

enquanto se é o maior idiota jamais nascido;

eu sei; eu joguei fora um material horrível

mas não tão horrível como o que leio nas revistas;

eu tenho uma honestidade interior nascida de putas e hospitais

que não me deixará fingir que sou

uma coisa que não sou

o que seria um duplo fracasso: o fracasso de uma pessoa

na poesia

e o fracasso de uma pessoa

na vida.

e quando você falha na poesia

você erra a vida,

e quando você falha na vida

você nunca nasceu

não importa o nome que sua mãe lhe deu.

as arquibancadas estão cheias de mortos

aclamando um vencedor

esperando um número que os carregue de volta

para a vida,

mas não é tão fácil assim tal

como no poema

se você está morto

você podia também ser enterrado

e jogar fora a máquina de escrever

e parar de se enganar com

poemas cavalos mulheres a vida:

você está entulhando a saída- portanto saia logo

e desista das

poucas preciosas

páginas.


(in "Os 25 melhores poemas de Charles Bukowski" - Bertrand Brasil, 2003)

Um carvaval que passou


Como era bela tua fantasia... Deixei-me ofuscar pelas plumas, paetês, gregas, purpurinas... Tua alma por debaixo das vestes não tinha o mesmo brilho. "Ilusão carnavalesca" e eu de palhaça as gargalhadas. Franca alegria era a minha aos pulos entre confetes, serpentinas, até tu escarfeder-se. Segui na festa ladeira acima, ladeira abaixo, feliz com tua partida. Ao clarear o dia próximo de um bueiro, vi tua máscara ao chão. Tomei com prazer mais um gole de cerveja e perguntei ao sol: Com que máscara tu irias desfilar agora?

ao sabor das marés


Minha intenção é dizer, que não tive a intenção. Com que facilidade se rasgam os bons dias! Tua estratégia de uma pseudosignificação equivocada te condena. Tuas palavras frias vem de tua alma decrepta. Um dia por mais que tudo se esconda o mar traz a superficie os cadáveres podres, malcheiro em praias paradisíacas. Urubus fazem ronda e limpeza, tudo volta a brilhar ao sol na intenção de vida nova. Com o tempo ao sabor das marés, aprendemos a distinguir boas ondas que batem em nossa enseada.

Surpresas ébrias


Entre mamadeiras de frango e carne tento salvar minhas gatas da viração tempestuosa. Enquanto no outro extremo do país uma "coisa" que se chama homem, crava agulhas por todo corpo de uma criança indefesa!!! Ébria de alegria por um lado e uma indignação brutal por outro remo nas marés surpreendentes da existência.

dezembro 10, 2009

Trégua


Instante mágico é um acontecer, quem na perdição humana achou um momento de trégua, para se sentir um deus e admirar o que raramente se percebe.

Temer!


Quanta distância meu amor! Dali, aqui uma pinguela infinita nos separa, entre barrancos da existência. O flanar é muito alto para tuas asinhas! Temes febril o vôo e o mergulho em minhas águas.

dezembro 09, 2009

Elucubrações Flaubertianas



O trânsito e o movimento no universo feminino faz perceber mapas de uma "educação sentimental" labiríntica.
Então em minha fantasia insone perguntei a Gustave: Tu já imaginou quantas Bovary's frenéticas circulam por ai??
Ele com um olhar de encantamento me diz: Não quero pensar nisto agora, preciso me vestir para o baile no Château La Vaubyessard!!!

dezembro 08, 2009

A enforcada



O grande-pequeno-homem lutava como fera. Sorvia corpos na "certeza" dos prazeres. Vazio de amor procurava saídas. Escravo pensava-se liberto. Queria fazer crer suas convicções estéreis de alforriado. Feito menino o coração aos saltos, imaginava felicidade. Recuando cada vez mais de si, tomava altas doses de soníferos. Em sonhos se via vingado da espera, da falta de coragem e talvez do amor possível. Ginasta de belos músculos esqueceu que a alma comporta outros sabores. Sua língua branca narcotizada lambia açúcares e temia provar o nectar. Nas noites quentes saltava da cama gritando: Tia Inês morreu! E chorava a enforcada.

Grafia corpórea


Cortar, extirpar o que não se faz mais necessário. Excessos copóreos, células, tecidos, gorduras. Sangue contido por pontos, suturas que reunem duas bandas de carne. Carne que busca regeneração, regrudando o espaço do que foi para o lixo. Cicatrizações entre hematomas, púrpura pele, dilacerada circunstância. Estranhamento frente ao espelho. Eu espiando a diferença de mim. Cirurgicamente, fui afastada do perigo que continha. Resta saber as causas desses abaulamentos em minha testa e costas, agora pontuados por uma grafia nova cuja leitura ainda não decifrei.

dezembro 02, 2009

Temperamentais ditadores


La Niña e El Niño quem são essas crianças angelicais???

novembro 27, 2009

Um carinho para Ni!


Meu querido, não lamente a "estada breve". Deixa a maldição dobrar esquinas. O pulsar da vida distante das prateleiras tem sentido extra-moral, onde as maçãs são saboreadas sem culpa, apaixonadamente.

Mudança


Mu continente perdido. Mu estrêla entre Marte e Júpiter.
Muda planta jovem, incertos brotares...
Dança passos cênicos, coreografias recicláveis.
Assim entre devires despejo sonhos, sobre meu corpo exausto.
Movimentos rotação, translação, giros, fontes ilimitadas. Mutantes ocasiões, silêncios transplantados, aterramento equatorial sufocante. Suspensos pés alados, lavados por frescores noturnos. Fonte amada te busco! Me refaço, somente tu conheces minha nudez de onde meu sangue brota.

novembro 23, 2009

Um poema de Poe






Não fui, na infância, como os outros

e nunca vi como outros viam.

Minhas paixões eu não podia

tirar de fonte igual à deles;

e era outra a origem da tristeza,

e era outro o canto, que acordava

o coração para a alegria.

Tudo o que amei, amei sozinho.

Assim, na minha infância, na alba

da tormentosa vida, ergueu-se,

no bem, no mal, de cada abismo,

a encadear-me, o meu mistério.

Veio dos rios, veio da fonte,

da rubra escarpa da montanha,

do sol, que todo me envolvia

em outonais clarões dourados;

e dos relâmpagos vermelhos

que o céu inteiro incendiavam;

e do trovão, da tempestade,

daquela nuvem que se alterava,

só, no amplo azul do céu puríssimo,

como um demônio, ante meus olhos.

(Allan Poe)

novembro 04, 2009

Abandono


Muitas vezes só se percebe a sinceridade das criaturas na hora do sufoco. Elas correm e não é na tua direção!!!

novembro 02, 2009

Trans-mutado


Para todos os que choram no escuro... Calma! Um dia todo esse pranto será transmutado em inspiração. Basta que queiras, queiras, queiras... Essa é a grande filosofia, somos diferença pela insitência no viver.

F & F


Os "frágeis" resistentes tem vencido batalhas. Enquanto os "fortes" lamentam suas revoluções...

outubro 29, 2009

Criações de jardim

Instantes únicos


Quando as pessoas que tu acompanhas, em seus dramas existenciais, começam a reecontrar seu pontos cardeais. Fluxos libertos, forças em movimento, vida pulsante, abertura de portas, fluição da antiga represa-alma. Águas encontrando mares, criaturas em alegria, momentos que compartilhamos, não sem marejar os olhos, tal a potência da rosa-dos-ventos.

outubro 27, 2009

Volta e meia o martelo!!!


Aquelas coisas para lugar nenhum. Mediocridade!!! Falsos silêncios!! "Humano,demasiado humano"

Alguns não querem o "amor fato", precisam do "amor flash", perseguem uma luminicência vã.

Os deuses e deusas das pequenas grandes coisas, somos cada um de nós. Eu sou! E tu és? Estás em vias de? Ou o jamais te pertence?

outubro 23, 2009

Margaridas


Crianças me chamaram no portão para pedir flores do jardim. Manhã de sol e um gesto simples. Minhas margaridas colhidas irão ornar casas, cabelos ou servir de mal-me-quer... Não importa! Sei que foram entre mãos infantis, pois bem as quis.

Travesso Lahts


Sopro
Alegria invade
Frescor marinho
Pele eriçada
Amor gentileza
Acontecimentos
Únicos toques
Atratores
Prazeres possíveis
Flanar ondas
Inexistente distância
Anjo travesso
Vida chama
Infinitos brincares

outubro 22, 2009

Enquanto durmo


O pêndulo da paixão bate no teu coração decompassado.

Procurar na Feira do Livro


"Estou tão cansado, com um cansaço que chega a doer. Só quero dormir ou, de repente, morrer ali mesmo. Não consigo suportar. As alucinações surgem e logo desaparecem. Não sei diferenciar o real do imaginário.
(...) A prece sai do fundo da minha alma. Rezo em voz alta, falando com um Deus em que não acredito"
(Trecho do livro Cristal na veia de Nic Sheff)

outubro 21, 2009

Eu...


Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

(Florbela Espanca - Poema e imagem)

outubro 20, 2009

Vocatione


Carinho
Palavras
Gesto-luz
Co-criação

Mudos passos
Não-resposta
Má educação
Enfermiço-ser

outubro 19, 2009

Sartre o sapo


Que feio mais lindinho!

DR


Então, Psiquê olhou para Eros e disse:
Acho que está na hora de discutirmos nossa relação!

outubro 17, 2009

Charles Bukowski


... de manhã
eles estão lá fora
ganhando dinheiro:
juízes, carpinteiros,
encanadores, médicos,
jornaleiros, guardas,
barbeiros, lavadores de carro,
dentistas, floristas,
garçonetes, cozinheiros,
motoristas de táxi...

e você se vira
para o lado esquerdo
pra pegar o sol
nas costas
e não
direto nos olhos.

Capim


Não temas minha querida!
Uma alegria nova sempre irá brotar
tão simples como o capim
que verdeja entre terra e céu
assim insistentemente...

outubro 15, 2009

Fugas


Nunca me viste?
demasiado era
Me mostrei
Fugiste?
Criança assustada
Sincera covardia
Matura existência rançosa
sem lucidez
Ranzinza, cega, vagueias
Corres na direção oposta
Apavorada!
Mal-humores rondam
Sem olhar
Segue desenfreada
Fuga de ti
Aborto de vida
Te queres infeliz
Maratona equivocada
Extenuada, choras
Vistas lavadas
Quem sabe?

outubro 14, 2009

Gentes!


Gente "tarja preta",
Riqueza de efeitos colaterais.

Aquelas coisas putativas


Nada me deixa mais puta da cara que um frenesi de imbecilidades alimentando vaidades. Desligo a luz vermelha e vou dormir nua... Carnes trêmulas dos choques, entre lençóis de cetim verde-água.

setembro 30, 2009

diário de bordo do último dia de setembro...



Como se desfazer do que se quer?
-*-
Os sonhos deveriam ser mais possíveis!
-*-
Preciso com urgência de um canto para chamar de meu.
-*-
Luto, luto, esperneio, para sair da bolha, onde sou indesejada, mas não expelida.
-*-
Enfrentar infernos diários tonteia. Ao final do dia vem mais uma chamuscada, baforenta, informando que a "coisa", ainda não passou!
-*-
Sou só potência, força, vida gasta, empurrando, lutando contra os rancores dos torpes...
-*-
Mais um morto para chorar... silenciosas flores tristes, ornam velórios...
-*-
Caminho léguas para descontaminar. Ar puro!!! Longe de casas e gente embolorada...
-*-
Que o sono seja reconfortante em sua vagância... Me recomponha para uma nova aurora...

setembro 28, 2009

Ser ou não ser...


Ás vezes sou Funéria!!! Mas quem não é?

setembro 27, 2009

Lou!



Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada!
Não tente adequar sua vida a modelos,
nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.
Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.
Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!
Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.
Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:
algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!
(Lou Andreas-Salomé)

setembro 24, 2009

Um dia para fumar lentamente


Incomputáveis anos de Oromasis. Salamandras dão o tom, graus, elevação. Silenciei do silêncio que precisava. Tarde quente, propícia a estas experiências escaldantes. Poucos se movem, poucos gritam, poucos agem... ninguém chega, ninguém sai.

Fiquei ali, assim, eira e beira, quieta, feito samambaia sem mover folha. Um torpor, lassidão, esperando silenciosa, nada de rumos, não-movimento, estática, xerofiliando.
Hoje as lagartixas sairão somente horas após o sol se pôr, tal a lentidão do tempo. Baratas folgam lambendo perninhas nos buracos mais escuros, frescos, úmidos, sacanas... esperam que a noite chegue.

Pássaros mudos, cães sem lábios mucosos, atirados na sombra do muro, meio metro de língua sem baba. Felinos sábios estirados no canto mais fresco da casa, patas para o alto, refrigério e sonecas.

Traças não saem do casulo, secam... Meu pé no chão, inchado, dilatação das veias, velhos canos do sangue, leitoso... Ventilador paralítico das hélices, esforço de brisas, elementais, forçosos ares.

Folga! Férias de inspiração, que farão mover uma nova aurora, após a festa da carne... Que tragam nuances boreais.

Salamandras em ação, azuis relâmpagos no que precisa ser queimado, consumido. Um dia para fumar lentamente. Algo gelado passando para o esôfago fervilhante, sensação refrescante...

Autofagia na “n”, peixe no forno 250 graus, as moscas nem se atrevem, torram nos vôos... A geladeira velha ronca, rubra, enfileirei cervejas em seu ventre refrigerado, três horas para gelar, hora e meia para sorver... Aí vagam idéias, observando o termômetro que marca 40 graus.

Engraçado o que sua é o copo, estou seca, livre da molhaçada, estranho! Será a nicotina? Esse ar desértico? Essa coisa insana?

Nada além da pás-hélices-ar-movimento-lento, respiração forçada, nariz entupido, reentrâncias sem água... Sensação de chumaços de algodão postos nas fossas nasais. Estarei morta? Ou sou a morta-viva espreitando a desgraça dos dias em que torradas humanas são servidas?

As crianças que brincavam na piscina ao lado sumiram! Nada de gritaria, a água deve ter fervido, ensopado infanticida... Boca ressecada, mais um cigarro, mais um gole gelado... badernas nas entranhas, incineração.

setembro 21, 2009

Amizade-amor-prazer


Terão que inventar de A a Z uma relação ainda sem forma que é a amizade: isto é, a soma de todas as coisas por meio das quais um e outro podem se dar prazer.
É uma das concessões que se fazem aos outros de apenas apresentar a homossexualidade sob a forma de um prazer imediato, de dois jovens que se encontram na rua, se seduzam por um olhar, que põem a mão na bunda um do outro e fiquem devaneando por um quarto de hora. Esta é uma imagem comum da homossexualidade que perde toda a sua virtualidade inquietante por duas razões: ela responde a um cânone tranqüilizador da beleza e anula o que pode nesse encontro vir a inquietar no afeto, carinho, amizade, fidelidade, coleguismo, companheirismo, aos quais uma sociedade um pouco destrutiva não pode ceder espaço sem temer que se formem alianças, que se tracem linhas de força imprevistas. Penso que é isto o que torna "perturbadora" a homossexualidade: o modo de vida homossexual muito mais que o ato sexual mesmo. Imaginar um ato sexual que não seja conforme a lei ou a natureza, não é isso que inquieta as pessoas. Mas que indivíduos comecem a se amar: ai está o problema. A instituição é sacudida, intensidades afetivas a atravessam; ao mesmo tempo, a dominam e perturbam. Olhe o exército: ali o amor entre homens é, incessantemente, convocado e honrado. Os códigos institucionais não podem validar estas relações das intensidades múltiplas, das cores variáveis, dos movimentos imperceptíveis, das formas que se modificam. Estas relações instauram um curto-circuito e introduzem o amor onde deveria haver a lei, a regra ou o hábito.
(Michel Foucault - Da amizade como modo de vida)

setembro 16, 2009

Pitada de alecrim


Porque tanta tortura? Canibais diários, boçais!
No porão me esperam para triturar minha carne na máquina de moer.
Entre risos sádicos, giram a manivela.
Em pedaços, sem chance de rendição, saio saborosa, delicisosa, mistura carnal. Viro bolinho de carne servido em outros banquetes com uma pitada de alecrim. Para a inveja dos incompetentes torturadores. Sacio outras fomes, ainda vivo!!!

+ leituras saboreadas


"Que a importância esteja em teu olhar, não na coisa olhada".

"A melancolia não é senão um fevor que decaiu".

"Há em cada homem estranhas possibilidades".

"E nossa vida terá sido à nossa frente como o copo cheio de água gelada, o copo úmido que seguram as mãos do homem com febre e que quer beber, e bebe de um trago, bem sabendo que deveria esperar, mas não pode afastar dos lábios o precioso copo, a tal ponto é fresca a àgua, a tal ponto o torna sedento o ardor da febre".

(André Gide - Os frutos da terra)

setembro 14, 2009

Escoando


Confusão
Decantação
Esperem!
Estou me passando à limpo!!
Para me tornar
Baleável, balneável
Escoando
Afluentes
Novos planos
Hidrográficos
Epifanias
Volúpia aquosa
Sais açúcares
Água bruta
Inevitável
Des-tino

Amadinho


Mago, Magus!
Hierofante dos mistérios
Olhar de xamã
Sobrenaturezas
Metáforas de vida
Místico urbano
Perifrases soltas
Herméticos segredos
Ciosos saberes
Fortaleza descoberta
Amadinho sua alcunha
Ienéz espião dos dias
Dândi vencido
Novos rumos
Reexplorando dimensões
Afetos solidários
Intimidades do coração
Alquimia em movimento
Respiração entre magias

setembro 12, 2009

Dirá, Dirás


(Nei Lisboa)
Como explicar ao leigo
Um meigo assassinato

Variação


Tenho uma tristeza louca
Entrecortada por uma alegria doida
Ando lá e cá
Choro e rio

O calor alegra, afaga
O frio triste verte águas
Mareados olhos
Verdes
Meus!

Esta é a vida
Uma saudade louca
Entre abraços
Doidos...

Colostro


Aos filhos e filhas para quem dei meus peitos, pedi segredo. Mas um dia dirão extraordinariamente o que viveram. Traidores benditos!

Máximas & Mínimas


Pior que lágrimas de crocodilo, somente os sorrisos de um oligator!!!

agosto 31, 2009

Louco Amado!



Minha fórmula para a grandeza no homem é amor fati: não querer nada de outro modo, nem para diante, nem para trás, nem em toda a eternidade. Não meramente suportar o necessário, e menos ainda dissimulá-lo - todo o idealismo é mendicidade diante do necessário - , mas amá-lo...
(Nietzsche, ECCE HOMO)

Tchekhov


Quantas criaturas do estojo já passaram por nós?
Galochas são pouco usadas atualmente como artigo de vestuário. Porém, se observarmos com atenção aquela ringido inconfundível acontece. Ainda faz morada em muitos pés claudicantes de vidas estojados.

agosto 29, 2009

Instantes


Não existe mais depois...
Só agoras!!!
Cronos
Tempos
Instante
Já.

agosto 24, 2009

Cacos

Gritos asmáticos
Acessos coléricos
Risos sem cor
Disfarçada aceitação
Bruxismo diário
Farelo de dentes
Olhos fugidios
Raivosos lábios
Pintados tons
Assistência vil
Cacos expostos
Murcha vida
Esgoto corre
Posilga de dias
Afogada existência
Torpes palavras
Nada sorver
Jaz na vertical

Horas

Caos aqui
Flores lá fora!

agosto 07, 2009

De um artigo recente


Sem marcar hora uma brisa leve me tocou a alma. Movimento intenso, beleza, luz durável de um instante, pérolas de imagens, delírios sutis, algo potente. Era a intuição novamente me sacudindo pelos ombros. (Idalina Krause)

+ leituras


"Então, ele sentia aquele olhar penetrar-lhe na alma, como esses grandes raios de sol que descem até o fundo da água". (Gustav Flaubert, A Educação Sentimental)

agosto 05, 2009

In-vasão

(Foto de Susana França)

Elevação,
pico,
floresta,
favela,
arranha-céus,
areia,
mar.
Mar,
areia,
céus-arranha,
favela,
floresta,
pico,
elevação.
Vasão-in...