Meu rastro eu mesma faço! Curvas, retas, pontes, edificações de uma existência. Lágrimas molham as vicinais, suores translitorâneos, alados torno-zelos, deviente via, acessos remotos, fados viajantes, amanhecer, orvalhos e lua cheia.
janeiro 30, 2010
janeiro 28, 2010
Castor
janeiro 20, 2010
...
Colóquio
- Vamos... Sai do instante... Compõe teus poderes...
Desentranha quem és dessa lama viva que jaz, em forma de homem abandonado e abatido, na desordem dos lençóis de teu leito...
Renasce! É tempo. A noite se decompõe. Perde rapidamente as estrelas, e o veneno do dia que vem a penetra. A luz se insinua na substância profunda das trevas, corrompendo sua solene unidade. Como produtos dessa corrupção, vemos aparecer, aqui e ali, esboços de coisas, os primeiros sintomas dos objetos e dos seres que vão exigir de ti respostas e atos...
(Paul Valéry - Colóquio Dentro de Um Ser)
janeiro 18, 2010
Morte & Vida
janeiro 15, 2010
Refrigério!
Depois de dias te intenso calor onde quase viramos torradinhas humanas, a frente fria vinda do extremo sul deixa os dias mais suportáveis. Para gelar mais resolvi reler O diário de Moscou de Walter Benjamin segue esta bela passagem sobre Proust:
"o modo com Proust, de certa maneira, penetra no interior do pequeno-burguês, um cômodo bem arrumado que leva a inscrição "sadismo", e, depois, impiedosamente reduz tudo a cacos, de forma a não deixar traço da concepção imaculada e organizada de perversidade; ao contrário, o mal é que mostra explicitamente, dentro de cada fratura, sua substância verdadeira - "humanidade", ou mesmo "bondade".
janeiro 13, 2010
Os olhos da menina
janeiro 09, 2010
vinho poesia virtude
É necessário estar sempre embriagado. Tudo esta aí: é a única questão. Para não se sentir o horrível fardo do Tempo que quebranta os vossos ombros e vos curva em direção a terra, deveis vos embriagar sem trégua. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiseres. Mas embriagai-vos.
(Charles Baudelaire, in ‘Pequenos Poemas em Prosa’)
janeiro 07, 2010
H 2 O
Regou por horas~~~~ chuva-cachoeira, cantoria, palavras, gestual imersão--- Aglutinação hídrica, mergulhos, escafandro, torós>>>> Pancadas de precipitação, pluvial enchente, drenagem, laguna, goteiras, pingos'''''' Para beber, para banhar nas reentrâncias, entre folhas boiantes*** No ralo, risos molhados, brilhos cristalinos!!!!!!... Lavação dos dias, correntes, infiltração, cortando cimento, revolvendo húmus#### Lânguida, contornante rebola, umidade viva{{{}}} Potável, de cheiro, dentro e fora dos corpos^^^^^^ Poluída circula nas valas +++++++ Cai,sobe, devir-nuvem`````` Menina traquina planetária...Nada te represa /////...................................""""""""""!!!!______?
janeiro 06, 2010
Reflexos
Saltos de Miller
"Às vezes, nas incessantes revoluções da roda, tenho um vislumbre da natureza do salto que é necessário dar. Saltar para longe do mecanismo de relojoaria - essa era a ideia libertadora. Ser algo mais, algo diferente, que o mais brilhante maníaco da terra! A história do homem sobre a terra aborrecia-me. A conquista, até mesmo a conquista do mal, aborrecia-me. Irradiar bondade é maravilhoso, porque é tônico, revigorante, vitalizante. Mas apenas ser é ainda mais maravilhoso, porque é interminável e não exige demonstração. Ser é música, que é uma profanção do silêncio no interesse do silêncio, e portanto além do bem e do mal. Música é a manifestação de ação sem atividade. É o ato puro da criação nadando em seu próprio seio. Música não estimula nem defende, não procura nem explica. Música é o som silencioso feito pelo nadador no oceano da consciência. É uma recompensa que só pode ser dada por si próprio. É o dom do deus que alguém é porque deixou de pensar em Deus. É um augúrio do deus que todos serão no devido tempo, quando tudo quanto é será além da imaginação".
(Henry Miller - Trópico de capricórnio)
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