agosto 31, 2011
Estilhaços
Meu Sangue
O caldo de meu sangue dentro do qual chafurdo
É meu cantor, minha lã, minhas mulheres.
Ele não tem crosta. Ele se encanta, ele grassa.
Ele me enche de vidraças, de granitos, de cacos.
Ele me retalha. Eu vivo dentro de estilhaços.
Dentro da tosse, dentro do atroz, dentro do transe.
Ele constrói meus castelos,
Dentro da teia, dentro da trama, dentro das nódoas.
Ele as ilumina.
(Henri Michaux)
agosto 27, 2011
agosto 26, 2011
Hipátia filósofa pagã
"Num dia fatal, na estação sagrada da Quaresma, Hipátia foi arrancada da carruagem, teve as roupas rasgadas e foi arrastada nua para a igreja. Lá foi desumanamente massacrada pelas mãos de Pedro, o Leitor, e a horda de fanáticos selvagens. A carne foi esfolada dos ossos com ostras afiadas, e os membros, ainda palpitantes, foram atirados às chamas".
(Edward Gibbon - historiador)
agosto 22, 2011
agosto 15, 2011
agosto 12, 2011
Lançamento primaveril
Amor-nuvens
O ESTRANGEIRO
- Quem é que mais amas, homem enigmático, diz: teu pai, tua mãe, tua irmã ou teu irmão?
- Não tenho nem pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão.
- Teus amigos?
- Vós vos servis de uma palavra cujo significado até hoje eu desconheço.
- Tua pátria?
- Ignoro em que latitude ela está situada.
- A beleza?
- Amá-la-ia com muito gosto, deusa e imortal.
- O ouro?
- Odeio-o como vós odiais Deus.
- O que amas então, extraordinário estrangeiro, hein?
- Amo as nuvens... as nuvens que passam lá... lá no alto... maravilhosas nuvens!
(BAUDELAIRE, Charles. O esplim de Paris: pequenos poemas em prosa. São Paulo: Martin Claret, 2010. Trad.Oleg Almeida)
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