janeiro 16, 2012
+ Virginia Woolf
"Vinha até ali regularmente, todas as noites, arrastados por alguma necessidade. Era como se a água fluísse e fizesse com que os pensamentos estagnados em terra firme deslizassem por ela e dessem até mesmo a seus corpos uma espécie de alívio físico. Primeiro o movimento da cor inundava a baía azul e o coração expandia-se com ele e o corpo nadava, para somente no instante seguinte ser reprimido e regelado pela cortante escuridão das ondas inquietas. Então, bem atrás da grande rocha negra, quase toda noite jorrava irregularmente uma fonte de água branca, de modo que se tinha que aguardá-la e era um deleite quando a água brotava; enquanto se esperava por ela, via-se, na pálida praia em semicírculo, onda após onda derramar continuamente uma névoa suave em tons de madrepérola". (Rumo ao Farol - 1927)
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